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Setor de saúde registra alta de 80% em fusões e aquisições no início de 2025, aponta KPMG

Apesar da retração geral no mercado de fusões e aquisições no Brasil, o segmento de hospitais e laboratórios de análises clínicas apresentou um crescimento expressivo no primeiro trimestre de 2025. Segundo levantamento realizado pela KPMG, o número de operações no setor aumentou 80% em comparação com o mesmo período de 2024, passando de 5 para 9 transações concluídas.

Esse movimento contrasta com o cenário geral da economia brasileira, que registrou uma queda de 6% nas transações de M&A no mesmo período. De janeiro a março de 2025, foram fechados 330 negócios no país, ante 350 no ano anterior.

André Passos, advogado da Abreu, Barbosa e Viveiros (ABV) Advogados explica que “além dos cuidados típicos de qualquer operação de M&A, como due diligence e a validação antitruste pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) se o negócio gerar concentração de mercado que possa prejudicar a concorrência, as fusões e aquisições no setor de saúde impõem cuidados especiais para verificar a conformidade com as com leis e normas específicas do setor, como as da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)”.

O desempenho robusto do setor de saúde, segundo a KPMG, reflete a continuidade do processo de consolidação e a atração crescente de investidores estratégicos e financeiros. Fatores como a digitalização dos serviços de saúde, a incorporação de tecnologias como inteligência artificial (IA), o crescimento das clínicas populares e a demanda por soluções integradas têm impulsionado o apetite do mercado.

A respeito da utilização de IA, André Passos aponta que ela “tem um impacto notável na aceleração das diligências prévias e da análise detalhada de grandes quantidades de dados, contribuindo, portanto, para um aumento significativo da eficiência na tomada de decisão. Segundo o relatório “The State of AI in Early 2024”, da McKinsey, a adoção global da IA nas empresas saltou de 55% em 2023 para 72% em 2024, um avanço impulsionado pela evolução tecnológica que permite que processos antes demorados e manuais sejam executados mais rápidos, com precisão e contextualização.”

Ainda que os benefícios da IA sejam notáveis, por outro lado é fundamental ressalvar os limites e responsabilidades associados ao uso dessa tecnologia. Como a IA depende da qualidade dos dados e dos prompts fornecidos, existe o risco de alucinação e de interpretação errada de contexto por modelos generativos. Assim, vislumbramos a IA como uma importante aliada estratégica, que, porém, não substitui o julgamento técnico dos seus resultados pelos humanos”, finaliza o advogado André Passos da ABV Advogados.

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